1° Seminário de Política de Acervos

O Museu Victor Meirelles realiza no próximo dia 20 de setembro, quinta-feira, o 1º Seminário Política de Acervos. O encontro será realizado no auditório do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina / Academia Catarinense de Letras, no Centro de Florianópolis, na Av. Hercílio Luz nº 523.

Entre os objetivos do Seminário estão estimular reflexões e debates sobre os processos de formação, gestão e uso dos acervos públicos de bens culturais na atualidade, dialogar sobre os critérios éticos e profissionais concernentes à elaboração de Políticas de Acervos pelos museus e, também, refletir sobre a relação entre museu e comunidade nos processos de aquisição e descarte de coleções museológicas.

A realização do 1º Seminário Política de Acervos é fruto do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Estudos sobre Política de Acervos, uma iniciativa promovida pelo Museu Victor Meirelles desde o final de 2011. Além de discutir temas recorrentes nas reuniões de estudos do Grupo, o Seminário visa também ampliar o número de seus participantes, transformando-o em um fórum contínuo de diálogos sobre o assunto.

Os temas propostos no Seminário serão apresentados nas mesas e, ao final de cada uma, está previsto um debate. A primeira mesa terá como tema Política de Acervos para o Século XXI, que será abordado pelo historiador José Neves Bittencourt, mestre em História Social e doutor em História, ambos pela Universidade Federal Fluminense.  Atualmente Bittencourt é pesquisador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na Superintendência de Minas Gerais, e presta serviço como pesquisador no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte.

A segunda mesa estará sob a direção do curador Giancarlo Hannud, com o tema Museus de Arte e Políticas de Acervo. Giancarlo Hannud é bacharel em Artes Plásticas pela Slade School of Fine Art e mestre em História Cultural e Intelectual pelo Warburg Institute, de Londres. É curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo e atuou como assistente de curadoria nas bienais de Veneza (2009) e de São Paulo (2008), além de ser autor de inúmeros artigos em publicações de arte, nacionais e internacionais.

A programação do 1º Seminário Política de Acervos prevê ainda um debate com o tema A Política de Acervos do Museu Victor Meirelles.  Apresentado pelo historiador e curador Fernando Boppré, coordenador da Agenda Cultural do Museu Victor Meirelles, o debate contará com as presenças dos palestrantes Giancarlo Hannud e José Neves Bittencourt, além das participações de Rosana Nascimento e Aline Dias, convidadas também para atuar como debatedoras nas mesas temáticas.

Rosana Nascimento é museóloga, mestre em Educação e doutora em História, todos os títulos pela Universidade Federal da Bahia. Concursada para o Departamento de Museologia da UFBA foi redistribuída, em 2009, para o Departamento de Expressão Gráfica da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é colaboradora do Ministério da Cultura do Brasil e da Universidade Lusófona de Humanidade e Tecnologia de Lisboa, Portugal.

Aline Dias é artista plástica e pesquisadora. Mestre em Poéticas Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui graduação em Bacharelado em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Atuou como chefe de serviço no Museu Victor Meirelles e foi coordenadora do Projeto Agenda Cultural da mesma instituição. É pesquisadora na área de Artes Visuais, com ênfase em arte contemporânea, intervenções nos espaços expositivos e publicações de artistas.

No encerramento do Seminário acontece o Lançamento da revista eletrônica Ventilando Acervos. A revista, idealizada pelos participantes do Grupo de Estudos Política de Acervos para desenvolver, reunir e socializar práticas e conhecimentos acerca da gestão de acervos em museus, objetiva ainda auxiliar os museus a elaborar as suas próprias Política de Acervos, disseminando experiências e práticas já adotadas.

As vagas para o Seminário são gratuitas, porém limitadas à capacidade do auditório, que é de 120 lugares.  Mais informações pelo telefone do Museu Victor Meirelles: (48) 3222-0692.

Para se inscrever, envie para o email reva@museus.gov.br seu nome completo, email, telefone, formação/profissão e instituição (caso esteja vinculado a alguma).

14° Encontro – Sessão de cinema

Olá pessoal,

 

já está agendado o nosso 14° Encontro do Grupo de Estudos!

Veja abaixo o que vai rolar:

 

14° Encontro do Grupo de Estudos Política de Acervos

No Museu Victor Meirelles – Rua Victor Meirelles, 59, Centro – Florianópolis, SC

Dia 19/07 (quinta) às 18h00

Filme: Arca Russa (2002), de Alexandr Sokurov.

Para assistir o Trailer, clique aqui

Texto: SCHENKER, Libia. Colecionismo moderno: uma saga russa. Editora Vermelho Marinho, 2011.

 

Sobre o filme

Produção: Rússia, Alemanha, 2002.

Direção: Alexandr Sokurov.

Elenco: Sergei Dontsov, Mariya Kuznetsova e Leonid Mozgovoy.

Sinopse: Nos dias atuais um cineasta é misteriosamente enviado ao museu Hermitage, em São Petersburgo, no ano de 1700. Lá ele encontra um diplomata francês do século XIX, com quem inicia uma jornada pela história da Rússia entre os séculos XVIII e XXI.

 

Nos encontramos lá!

13° Encontro do Grupo de Estudos Política de Acervos

Olá pessoal, confirmando o próximo encontro do grupo:

Data e horário: 10/07/2012 às 14h

Local: Museu Victor Meirelles

Leitura do dia: CLIFFORD, James. Museologia e contra-história: viagens pela Costa Noroeste dos Estados Unidos. In: CHAGAS, Mário de Souza; ABREU, Regina (orgs.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: Editora Lamparina, 2009.

Relato – 11° Encontro do Grupo de Estudos Política de Acervos

Olá pessoal,

no nosso último encontro conversamos um pouco sobre museus históricos, a partir da experiência do Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro) e do Museu Histórico Abílio Barreto (Belo Horizonte).

No texto sobre o MHN, destaco resumidamente dois pontos que nos chamaram atenção:

1) Insumos para a Política de Aquisição: objeto + discurso

José Neves define Política de Aquisição como um “princípio doutrinário que caracteriza e ordena a busca e identificação de objetos museológicos potenciais com relação ao campo temático e proposta de trabalho do museu”.

Logo em seguida sugere alguns fatores que influenciam diretamente os critérios em uma Política de Aquisição:

– momento histórico da criação do museu

– caráter da produção científica da época

– posição política da direção e curadoria

E sinaliza que “o exame desta questão pressupõe um prévio conhecimento da história da instituição.”

Aproveitando uma leitura pessoal recente (inclusive sugerida e acatada para o próximo encontro) de um famoso texto do Ulpiano Bezerra de Meneses “A exposição museológica e o conhecimento histórico”, lembrei do chamado “objeto metafórico”, ao qual precisamos ter muita atenção:

“O uso metafórico do objeto (…) torna inócuo o museu, por reduzir a exposição a uma exibição de objetos que apenas ilustram sentidos, conceitos, ideias, problemas daquilo que se está apresentando.”

Nesse sentido, discursos previamente estabelecidos e objetos coletados e expostos de forma a ilustrar ou a legitimar tais discursos. “…nesta linha, de fato esvazia-se a utilidade de um museu com acervo.”

De outro lado, em outra parte do mesmo texto:

“Um museu de cidade, por exemplo, pode contar com uma coleção de relógios de rua. (…) …caso se parta de um problema (que a própria coleção de relógios pode sugerir), como a do tempo enquanto forma de controle social no espaço urbano, já se pode montar uma estratégia e mobilizar outras coleções existentes ou definir uma política de coleta.” (grifo meu)

2) Mudança de critérios de aquisição – mudança institucional

O MHN recolheu objetos desde sua criação até a década de 1980, passando de recolhedor ativo a recolhedor passivo (por uma série de considerações muito bem indicadas no texto) baseado no valor de relíquia (expressam a erudição e bom gosto dos doadores, preciosidades técnicas/artísticas, “índices da importância e/ou poder dos vultos que os possuíram”) ou testemunho (“objetos que documentassem os grandes momentos da história nacional, bem como seus vultos representativos”, divulgação de um “glorioso passado”).

A partir de um projeto de revitalização iniciado em 1984 no bojo do Programa Nacional de Museus, o MHN optou “por abandonar a noção de história como produto da ação de grandes personagens, cristalizada em eventos destacados. Buscou-se uma abordagem histórica onde as noções de estrutura e de movimento histórico orientassem a construção do circuito de exposição.”

Nesse momento são coletados “objetos que, pelos critérios até então adotados pela instituição, não caberiam nela. É o caso, por exemplo, de uma coleção de ferramentas para trabalho em madeira, …de uma coleção de equipamentos para beneficiamento de café, …e de objetos de imigrantes europeus e japoneses… itens ligados ao trabalho e à vida cotidiana…”

Na conclusão José Neves afirma que os objetos “daqueles grande homens, e os testemunhos de seu tempo, certamente não serão expulsos do acervo, mas já têm recebido nova leitura”.

11° Encontro do Grupo de Estudos Política de Acervos

Olá pessoal,
seguem sugestões de leitura para o próximo encontro:
  1. PIMENTEL, Thais V. C.; BITTENCOURT, José. N.; FERRON, L. M. A. Belo Horizonte: o museu histórico da cidade e sua atual política de acervo. Revista IEB, n. 50, 2010 set./mar. p. 165-178. http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rieb/n50/a08n50.pdf
  2. BITTENCOURT, José; FERNANDES, Lia Silvia. P.; TOSTES, Vera Lúcia B. Examinando a Política de Aquisição do Museu Histórico Nacional. In: Anais do Museu Histórico Nacional. v. 27. 1995. p. 61-77. (em anexo) http://docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=MHN&pasta=Anais%20do%20Museu%20Historico%20Nacional\Volume%20XXVII%20-%201995&pesq=
Dia 04/05 às 10h

Ponto de Encontro: Café do CFH / UFSC

Decidiremos conforme o tempo e a energia do momento o melhor lugar para dialogar, uma sala de aula ou de reunião ou mesmo no bosque (com um cafézinho e pão de queijo, acho a melhor opção!)

Boas leituras e até breve!

10° Encontro Grupo de Estudos Política de Acervos – 03/04/2012 (terça) às 10h30

Oi gente,

confirmando data, local e textos do próximo encontro, veja se está bom para vocês.

10º Encontro do Grupo de Estudos Política de Acervos
Dia 03/04/2012 (terça) às 10h30 no Museu Victor Meirelles
Textos:
1) COMCOL. Newsletter n° 04. December 2008.
http://www.comcol-icom.org/wp-content/uploads/Collectingnet4.pdf
2) Entrevista da Folha com Manuel Borja-Villel, diretor do
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1063880-diretor-do-reina-sofia-inaugura-nova-fase-no-museu.shtml

Nos vemos!
Rafael

Relato – 9° Encontro Grupo de Estudos Política de Acervos

Uma grande coleção de pedras

Olá pessoal,

nosso 9º encontro foi ótimo!
Um bom café, um bom papo e algumas tarefas para a próxima semana!

Pelo curto tempo e grande quantidade de assuntos, resolvemos deixar o a Newsletter 4 do COMCOL para o próximo encontro. Lemos o capítulo Policies for collecting do livro Museum Basics e o início do Assistance with writing a collection plan.

Das minhas anotações, restou o seguinte:

1. Talvez uma das questões mais importantes de um museu seja: o que devemos colecionar?
Lembro aqui de um artigo de um professor da UFRGS que constroi os possíveis sentidos da palavra ‘coleção’ em sua etimologia (‘coletar + falar’ ou ‘por em ordem + discursar’)
http://www.ilea.ufrgs.br/episteme/portal/pdf/numero20/episteme20_artigo_marshall.pdf
Assim, o estabelecimento de uma Política de Acervos é um exercício permanente dos museus, se faz ética e conceitualmente em todos os seus processos de trabalho.

2. Para desenvolver uma Política de Acervos é preciso:
a) Descrever em detalhes as áreas em que o museu pretende coletar b) Estabelecer um recorte geográfico – onde se vai coletar?
c) Definir as formas de aquisição – como adquirir? (Compra, coleta em campo, doação, empréstimo, espólio etc)
Verificar as restrições da lei e da ética. Verificar procedência, de há título de propriedade válido.
d) Motivos da aquisição – Por que adquirir? Por que grupos ou áreas específicas? Quais as relações com as políticas do museu em geral?
Nesse momento é importante repensar o histórico da formação da coleção e seus diferentes usos ao longo dos anos.
e) Estabelecer procedimentos/critérios para descarte – como descartar?

Pronto, foi isso.
O que ficou nas anotações de vocês?


Bem, vamos às tarefas.
A sugestão é que cada participante do Grupo de Estudos responda as questões abaixo. Assim trocaremos algumas experiências e refletiremos sobre o que já fizemos ou devemos ainda fazer no museu em que trabalhamos.

1. Verificar quem toma as decisões relativas à aquisição e ao descarte de acervos. A direção do museu? Um grupo indicado de profissionais do museu? Um conselho consultivo? As partes interessadas (stakeholders) ou a comunidade? Como o seu museu está estabelecido juridicamente?

2. Verificar diferentes formas de aquisição e relatar exemplos.

3. Seguir o Manual do COMCOL e escrever os pontos 1.1. Mission e 1.2.
Positioning
– Qual a missão de seu museu? Quais os problemas que ela apresenta e como pode ser revista?
– Qual o tema, a área geográfica e o período a que as coleções do museu se refere?
– Quais as atividades do museu em geral? Quais as prioritárias?
– Como as diferentes coleções interagem entre si? Quais as diferenças e similitudes em tamanho, ‘composição’, valor histórico-cultural e uso?

Para o próximo encontro, utilizaremos as contribuições do grupo para começar a elaboração da Política de Acervos do Museu Victor Meirelles.
Lembro que seguiremos o Manual do COMCOL como exercício, mas não teremos a obrigação de nos manter restrito a sua estrutura ou sugestões.

Peço aos colegas do grupo que participarem do exercício que indiquem se podemos ou não publicar o conteúdo no blog do grupo
http://politicadeacervosmvm.blogspot.com.br/

Grande abraço a todos!
Até breve!

9° Encontro Grupo de Estudos Política de Acervos

Olá pessoal,
agendamos nosso próximo encontro para quinta-feira dia 22/03 às 10h30.
É um bom horário para todos?
Conforme combinamos no ultimo encontro, leremos textos mais direcionados à prática da elaboração de um Plano de Acervos.
Sugiro que, ao mesmo tempo, leiamos textos sobre casos interessantes (como o do ultimo texto “Murder in the museum…”), aliando reflexões teóricas com a mão na massa. O que acham?
Segue minha sugestão de textos para análise de vocês:
1) COMCOL. Newsletter n° 04. December 2008. – todos os 04 artigos, quem lê qual?
a) My body – my truth: A new project within contemporary documentation or: What could happen when you place an ad in the paper
b) Museum collecting in the age of virtuallity
c) Teaching theory, practice and ethics of colleting at the Reinwardt Academie
d) Private collections and collectors in Flanders
2) COMCOL. Assistance with writing a collection planDe “Preface” a “1.2.General: Positioning”. – podemos ler apenas esse início no próximo encontro e depois lemos o resto.
Até!

8° Encontro do Grupo de Estudos – 23/02/2012

Oi gente,
o próximo Encontro está agendado para dia 23/02/2012 (quinta-feira) às 10h aqui no MVM.
Decidimos realizar cada encontro de 15 em 15 dias, para facilitar a leitura a todos…
Conforme combinamos, vamos entrar num módulo mais técnico, buscando entender mais especificamente como montar uma Política de Acervos.
Segue sugestão de texto:
International Committee for Colleting. COMCOL Newsletter n. 12 December 2010.
São 4 pequenos artigos no Informativo. Acho legal lermos todos para aproveitar o relato do histórico e dos objetivos do COMCOL.
Eu fico com o segundo: “Contemporary tendencies in the practice, theory and ethics of collecting”, da Léontine Meijer-van Mensch.
Quem lê os demais?
Até breve!
Rafael

Relato 7° Encontro – Filme “A caverna dos sonhos perdidos”

Olá colegas,
o filme ontem aqui no MVM foi muito legal!
A Sala de Exposições Temporárias, onde montamos nossa Sala de Cinema, ficou cheia e o debate após o filme foi ótimo!
O filme nos levou a “uma viagem ao desconhecido” ou até então ‘desconhecido’.
Filmado em 3D, a busca da imersão na caverna – que hoje está somente acessível a pesquisadores (e mesmo assim com muuuuita cautela e segurança) – acontece não apenas pelo visual, mas na sugestão da percepção auditiva e olfativa (mesmo imaginada).
Nos pegamos viajando na imaginação de como teria sido a presença do homem e dos animais naquele lugar ao mesmo tempo que quebramos com a ideia de passado estático. Em certa passagem do filme, pesquisadores explicam diferentes camadas de desenho e ‘arranhões’ em certa rocha, que sugerem intervenções com diferença de milhares de anos entre uma e outra.
O binômio preservação/acesso não podia ficar de fora da discussão.
Diz no filme que pretendem construir uma réplica em tamanho real para visitação pública! Wow… isso é meio insano, não é?!
Aproveito para fazer a divulgação do blog da amiga Maria Isabel Leite, grande dedicada à Educação em Museus, chamado “Repensando Museus”. Recentemente ela postou uma reflexão sobre “Proteção x Exposição”, vale a pena ler:http://www.repensandomuseus.blogspot.com/2012/02/protecao-vs-exposicao-um-eterno-dilema.html
Enfim, fico com essas poucas palavras assim como acontece a cada sessão de cinema, ninguém fala ou explica muito, só relata suas impressões.
E vocês, o que acharam do filme?
Um abraço!
Rafael